• N°5 couv contact

    Pode ler o conteudo do magazine dos Luso-eleitos em França

    (Boa leitura)

    Civica contact N° 5 net

     

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  • O promotor do Encontro Mundial de Luso-eleitos, Carlos Morais, disse hoje que Portugal só se lembra dos emigrantes quando precisa deles, desperdiçando um "ativo brutal" para o país.

    "A sociedade portuguesa esquece o emigrante no momento exato em que ele sai, é menos um, mas quando mais precisamos, quando nos dá jeito servimo-nos deles. Esta é a prova mais profunda da falta de cultura portuguesa", disse Carlos Morais.

    O também diretor do jornal "Mundo Português", que em parceria com o Governo organiza a iniciativa, falava à agência Lusa no final do primeiro dia do encontro que trouxe a Portugal cerca de três dezenas de senadores, deputados e autarcas luso-descendentes na África do Sul, Estados Unidos, Canadá, França e Luxemburgo.

    Para Carlos Morais, é preciso tomar consciência de que somos 15 milhões e que um terço da nossa população, "a mais rica e mais independente está lá fora".

    Só assim, prosseguiu, se evitam situações como a que aconteceu recentemente com a inscrição do autocarro da seleção portuguesa de futebol, que contabilizou como apoiantes apenas 10 milhões de portugueses.

    "A sociedade portuguesa rejeita brutalmente a diáspora", reforçou Carlos Morais, adiantando que a emigração portuguesa é hoje feita de "gente ao mais alto nível", numa alusão aos milhares de portugueses e luso-descendentes que ocupam cargos políticos e de governo em todo o mundo.

    "É preciso valorizar e tirar partido desta realidade", sublinhou.

    O primeiro dia do encontro de luso-eleitos terminou com um debate sobre a importância do relacionamento económico, social e cultural entre Portugal e os países de acolhimento.

    Paulo Marques, presidente da Associação Cívica de França e da comissão da Política do Conselho das Comunidades Portuguesas apelou à criação de uma rede mundial de políticos luso-descendentes, uma iniciativa que visa pôr a trabalhar em conjunto os participantes neste encontro e em iniciativas semelhantes realizadas em 2003 e 2004.

    Adiantou que a Associação Cívica, que representa os mais de três mil autarcas de origem portuguesa em França, está já a dar passos nesse sentido, trabalhando em conjunto com outras associações similares, nomeadamente em França e Macau.

    Também presente no encontro, o diretor da Obra Católica das Migrações, Frei Francisco Sales, apelou aos participantes para que não deixem perder a história das respetivas comunidades.

    "Escrevam a história das vossas comunidades porque é preciso não perder a memória, porque sem memória não sabemos de onde vimos e se não sabemos de onde vimos, não sabemos para onde vamos", disse.

    O Encontro de Luso-Eleitos prossegue segunda-feira em torno dos temas do empreendedorismo e inovação.


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  • Dezenas de luso-eleitos foram hoje desafiados a levar para os seus países de acolhimento a ideia de um Portugal inovador, mas em troca pediram mais comunicação e coordenação, bem como a profissionalização das estruturas representativas das comunidades.

     segundo e último dia do I Encontro Mundial de Luso Eleitos, em Cascais, começou com uma intervenção do secretário de Estado do Empreendedorismo Competitividade e Inovação, Carlos Oliveira, que apelou à participação dos luso-eleitos.

    “A mensagem é que temos um país que, apesar das dificuldades, tem uma dinâmica nova, tem talento disponível, pessoas disponíveis com qualificações do melhor que há no mundo, infraestruturas tecnológicas capazes de atrair investimento”, disse o governante aos jornalistas à margem do encontro.

    Para Carlos Oliveira, “é fundamental dinamizar estas redes de contactos” entre Portugal e a diáspora, não só para que as empresas portuguesas tenham acesso aos mercados no exterior, mas também para que as comunidades possam atrair a Portugal algumas oportunidades de cooperação.

    “É fundamental disseminar esta mensagem de um Portugal do século XXI, que acredita naqueles que partiram e que são, eles próprios, empreendedores na diáspora”, sublinhou.

    O consultor Jorge Portugal apresentou “cinco sugestões de como a diáspora pode ajudar Portugal”: Mostrar ao mundo que Portugal foi um dos países da Europa que nos últimos anos mais avançou em conhecimento e inovação; contribuir para a mobilidade entre universidades portuguesas e estrangeiras; atrair empresas portuguesas inovadoras para a diáspora; mobilizar investimento para Portugal e apoiar as empresas portuguesas que começam hoje a instalar-se nos mercados mais competitivos.

    “O vosso apoio é muito importante. É acelerador e pode desbloquear muitas barreiras”, disse o responsável perante dezenas de senadores, deputados e autarcas luso-descendentes na África do Sul, Estados Unidos, Canadá, França e Luxemburgo.

    Para o senador do Estado de Nova Iorque Jack Martins, a intenção até já existe, mas falta coordenação e linhas de comunicação, exemplificando com o caso de uma empresa portuguesa que está a trabalhar no estado norte-americano onde é eleito, que até já tem alguns contratos, mas da qual soube “quase por acidente”.

    “Podia ter-lhes aberto portas, podia ter dado assistência. Mas não sabia, e eles também não sabiam (...) que podiam contactar o meu gabinete. Deve haver situações destas em toda a parte”, disse, defendendo que devia haver um mecanismo que facilitasse o contacto.

    Também Ana Bailão, vereadora na Câmara de Toronto, Canadá, referiu dificuldades, nomeadamente de falta de profissionalização entre as organizações da comunidade, que vivem sobretudo do voluntariado.

    “É muito importante profissionalizar as nossas organizações”, sublinhou a luso-eleita, exemplificando que enquanto a Câmara do Comércio portuguesa em Toronto não tem qualquer funcionário, a italiana tem nove, porque o governo italiano investe e apela às empresas que apoiem a instituição.

    O deputado sul-africano de origem portuguesa Manny de Freitas não tem dúvidas de que “há um bloqueio entre os luso-eleitos e as organizações portugueses” e que o encontro de hoje “é um meio de começar a mudar isso”. “Mas o trabalho agora é nosso, não temos de estar à espera dos governos”, disse, afirmando que já está em curso a criação de uma rede de luso-eleitos espalhados pelo mundo.

    Para o secretário de Estado das Comunidades, que organizou o encontro de luso-eleitos juntamente com o jornal Mundo Português, o objectivo do governo é precisamente esse: “O que nós desejamos mais é que as próprias comunidades criem as suas dinâmicas (...). Estamos muito empenhados em que, por exemplo, as redes (de luso-eleitos) sejam criadas por eles”.
     


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  • Tony Cabral, um dos luso-eleitos de Massachusetts, Estados Unidos, considera que os números da comunidade portuguesa neste Estado "merecem uma maior representação" política.

    Em declarações à Lusa em Boston, Tony Cabral disse que a representação política, cívica e judicial da comunidade portuguesa no Estado de Massachusetts tem que ser "maior e mais forte".

    "Pela sua grandeza, a nossa comunidade merece uma maior representação política, não só a nível de Estado, mas também a nível federal, onde infelizmente ainda não temos um representante luso-descendente", disse o congressista.

    "A comunidade portuguesa de hoje é muito mais activa e participante, muito mais envolvida no dia-a-dia da sua comunidade e é devido a essa participação que o número de luso-eleitos vai crescendo", considerou.

    Tony Cabral acrescentou que o facto de hoje haver seis congressistas e um senador de origem portuguesa na Legislatura de Massachusetts se deve a "um trabalho colectivo e ao mesmo tempo de indivíduos que com o seu trabalho e participação tem ajudado a tornar a comunidade muito mais forte politicamente".

    Como exemplo, apontou as comemorações do Dia de Portugal na Assembleia estadual, em que foram distinguidos 16 portugueses e luso-descendentes.

    Tony Cabral é um dos luso-eleitos "veteranos" no Estado de Massachusetts, representando o distrito eleitoral de New Bedford pelo partido Democrata na Assembleia estadual desde 1991.

    O Estado de Massachusetts é actualmente o que mais representantes luso-americanos tem no seu Congresso, contando com seis congressistas e um senador que fazem parte do chamado Portuguese-American Legislative Caucus.

    O Estado, que alberga uma grande comunidade de origem açoriana, que se instalou em força ainda no século dezanove por causa da pesca, tem ainda dezenas de outros políticos e eleitos locais nas várias cidades onde se concentra a comunidade portuguesa.

    Bob Correia, actual presidente da câmara da cidade de Fall River, um dos primeiros luso-descendentes eleitos para o Congresso de Massachusetts, foi quem, há vinte e cinco anos, deu início às comemorações do Dia de Portugal na State House.

    Bob Correia referiu que hoje essas celebrações significam "um sinal de respeito pela comunidade portuguesa".

    A presença luso-americana neste Estado é cada vez mais representativa também em áreas como a ciência ou o empreendedorismo.

    De destacar o Prémio Nobel da Medicina, Craig Melo, um luso-descendente de ascendência açoriana, ou os irmãos Frias, António e Joseph, proprietários da S&F Concrete Contractor, uma da maiores empresas de construção civil do Estado.

    Nas várias universidades e institutos de Massachusetts são também às dezenas os investigadores portugueses e luso-descendentes envolvidos em pesquisa nas mais variadas áreas da ciência.

    Na área empresarial e na histórica cidade de Boston, por exemplo, é propriedade de um português, Manny Rogers, uma das mais emblemáticas empresas de passeios turísticos - a Boston Duck Tours.

    Trata-se da adaptação de um carro de combate anfíbio do tempo da Segunda Grande Guerra que mostra a cidade aos turistas através de percursos em terra e no rio.

    Outro caso de sucesso empresarial é o de Luís Pedroso, actualmente presidente da Accutronics Inc., de Chelmsford, no ramo da electrónica, e um dos mecenas do Centro de Estudos Portugueses da Universidade de Massachusetts Darthmouth e do Middlesex Community College, para onde já doou centenas de milhares de dólares.

    Diário de Notícias, acedido em 15 de Junho de 2009


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  • Vinte luso-descendentes com cargos públicos nos países de acolhimento participam nos próximos dias 27, 28 e 29 abril 2003, em Lisboa, no 1º Seminário sobre Participação e Cidadania, presidido pelo ministro dos Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, Martins da Cruz.

    O encontro - que decorrerá no Palácio das Necessidades - pretende avaliar as razões da fraca participação cívica e política das comunidades portuguesas, disse hoje à Agência Lusa uma fonte do ministério.

    Segundo a mesma fonte, com este seminário o MNE pretende também estudar acções e métodos que possam incentivar a participação eleitoral e "estimular a intervenção política dos luso-descendentes nas candidaturas às estrutura políticas nos países de acolhimento".

    Por outro lado, sublinha uma nota emitida hoje pela secretaria de Estado das comunidades (SEC), um "incremento da visibilidade política" de membros das comunidades portuguesas contribui "para um aumento da cooperação cultural, económica ou comercial desse país com Portugal".

    Neste sentido, frisa a SEC, "a realização deste seminário enquadra-se também dentro dos objectivos da diplomacia económica".

    Do programa do seminário, dividido em duas grandes temáticas - "Cidadania e Democracia", na segunda-feira, e "Comportamento Eleitoral", na terça-feira, - constam intervenções do constitucionalista Jorge Miranda e do secretário de Estado das comunidades portuguesas, José Cesário.

    Entre os conferencistas contam-se também, entre outros, o presidente da Fundação Luso Americana, de Rui Machete, James McGlinchey, do "Portuguese American Citizen Project", e André Freire, especialista em participação cívica.

    Os vinte luso-descendentes deslocam-se de França, Suíça, Reino Unido, Alemanha, África do Sul, Brasil, Namíbia, Venezuela, Canadá e EUA, países onde desempenham funções de Conselheiros Municipais, vereadores, presidentes de Câmara e deputados.

    O seminário, que congregará pela primeira vez em Portugal um conjunto de luso-descendentes com cargos públicos nos países de acolhimento, insere-se no programa global dos "Encontros para a Participação".

    Na segunda-feira, os participantes serão recebidos pelo Presidente da Assembleia da República, Mota Amaral, que também estará presente na sessão de encerramento dos trabalhos.

    Nove anos apos este primeiro encontro realizado pelo Dr José Cesario estaremos novamente juntos dias 24 e 25 de junho em Cascais, no encontro Mundial de Luso-Eleitos.

    Participantes (2003 & 2012)

    Paulo Marques (França)
    Manny de Freitas (Africa do Sul)
    Martim Medeiros (Canada)
    Daniel Da Ponte (Estado Unidos da America)
    Paulo Paixão (França)
    Manuela Bodim (França)
    Fatima Cardetas (França)

     


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